top of page
Destaques

Não erreis amados irmãos! (Sérgio Barreto).



O objetivo desta ministração é repassarmos um pouco alguns dos ensinamentos práticos que estão presentes na Epístola escrita por Tiago, irmão de Jesus, entre os anos 45 a 50 DC. São ensinamentos válidos eternamente apesar de terem sidos ministrados a mais de dois mil anos.

 

Antes, para contextualizar, vamos conhecer um pouco da trajetória de Tiago.

 

Jo 7:1 E depois disto Jesus andava pela Galiléia (onde fica Nazaré), e já não queria andar pela Judéia (onde fica Jerusalém e Belém), pois os judeus procuravam matá-lo.

2 E estava próxima a festa dos judeus, a dos tabernáculos.

3 Disseram-lhe, pois, seus irmãos: Sai daqui, e vai para a Judéia (que conselho!), para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes.

4 Porque não há ninguém que procure ser conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo.

5 Porque nem mesmo seus irmãos criam nele.

 

            Vemos por essas Palavras do apóstolo João que não só Tiago não cria no ministério de Jesus, mas também seus outros irmãos.

 

            Provavelmente seus irmãos não sabiam que os judeus da Judeia queriam matar a Jesus, mas de qualquer forma foi uma imprudência deles quererem “empurra-lo” para a Judéia.

 

            Como vimos, Tiago a princípio foi um descrente do ministério do seu irmão Jesus, mas essa postura mudou completamente como podemos observar em

(1Co. 15:7) onde registra que depois da ressurreição, o Senhor Jesus Cristo apareceu a Tiago. Não há dúvida que esse foi o dia da sua conversão.

Um outro momento que testifica isso é a forma como Tiago se auto identificou no início da sua Epístola. (Tg 1:1) - "Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo".

Tiago converteu-se plenamente à fé cristã, tornando-se um líder da Igreja em Jerusalém, até o dia em que foi torturado, apedrejado e executado pelo Sinédrio no ano 62 DC por não querer negar a fé na obra de Jesus Cristo.



Essa Epístola de Tiago foi escrita e encaminhada para ser lida em várias Igrejas, aos judeus das doze tribos de Israel convertidos ao cristianismo, e que andavam dispersos por toda a região da Fenícia, por Chipre e pela Antioquia da Síria.

Nessa carta Tiago não associa cada uma das suas admoestações a específicas igrejas, mas generaliza o remédio prescrevendo-o para todas elas indistintamente.


            Tiago começa enaltecendo o lado positivo das provas nas quais todos nós passamos, pedindo para encararmos esses momentos com grande alegria, porque elas têm algumas finalidades, entre as quais destaca o aperfeiçoamento da paciência e da perseverança em suportá-las, como aconteceu com Jó.


            O grande objetivo das provas é a nossa justificação, ou seja, a nossa santificação, nos tornar justos e corretos perante Deus.

Tiago revela também que esses momentos de provas nos levam a pedir com fé a Deus pelo derramamento da sua sabedoria para revelar a obra perfeita que Ele está querendo realizar em nossas vidas.

Destaca que o pedir com fé é não duvidar de nada (confiar), porque do contrário, seremos como a onda do mar sem um rumo certo, levados de um para o outro lado, errantes e sem objetividade, sem prumo para atingirmos o alvo.



(Tg 1:12) -  Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.

            Outra coisa, quando vierem as tentações, as provas, não pensemos que recebemos isso do nosso Deus, porque Deus em sí não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta, ok?

(Tg 1:14) - Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado (enganado) pela sua própria concupiscência (seus próprios desejos carnais).


15 Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.


16 Não erreis, meus amados irmãos.


            O ciclo é o seguinte: Primeiro vem a tentação mundana, depois somos enganados pelos nossos desejos carnais, em seguida vem a manifestação do pecado (lembrando que naturalmente somos pecadores) e finalmente a morte espiritual.


Como não devemos errar? Rejeitando toda a imundícia e malicia desse mundo, oriunda da tentação do próprio mau que é desejado, e ao mesmo tempo com mansidão devemos aceitar e perseverar na provação da Palavra Viva que em nós está sendo implantada, para que assim possamos salvar as nossas almas.

Devemos travar constantemente essa guerra entre o bem e as coisas santas, contra o mal e as coisas satânicas.


A provação nada mais é do que experimentar na prática o uso em nossas vidas da Palavra a qual irá confrontar e corrigir as nossas debilidades.


Tiago é muito objetivo nos conselhos aos cristãos judeus que enfrentavam problemas pessoais e, a partir de (Tg 1:17 ) os exorta a:


a)    Não nos deixemos enganar por toda a dádiva e dons que não venham do nosso Pai celestial, que é quem nos assiste e provê em tudo. Essa deve ser a nossa única “Fonte Segura”.

 

b)    Estejamos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para se irar. Essas três recomendações estão cheias de prudência e sabedoria.

  



Quando diz pronto para ouvir, quer dizer que devemos ter os nossos ouvidos atentos aos conselhos dos mais velhos e dos nossos guias espirituais. Ouvir a “voz da experiência e da sabedoria”, tirando proveito de quem já vivenciou determinadas situações.

 

Tardio para falar. A precipitação no falar nos leva ao engano, a assumir compromissos incorretos ou que não sejam totalmente adequados. Podemos cometer vários enganos e pecados com conclusões e atitudes equivocadas, o que nos levam a caminhos tortuosos.

 

É sábio pensarmos 2 ou 3 vezes antes de emitirmos uma opinião, um parecer, assumirmos um compromisso ou darmos um conselho.

 

Estudos mostram que em um dia tomamos milhares de decisões sendo que na maioria absoluta delas pensamos, falamos e agimos rapidamente, sem muito ponderar, quase que no automático. Assim está correto para aquelas coisas triviais, que não requerem muitas reflexões. São relacionadas com expressões e atitudes praticamente automáticas.

 

O ser “tardio no falar” está relacionado com temas que tem a ver com a nossa vida eterna ou a do próximo, a quem estamos dirigindo nossas palavras. São para temas relacionados às grandes decisões – porta da esquina, de mudança de rumo. São vitais e de grandes responsabilidades.

 

Esse conselho também se aplica a sabermos reter nossa língua de falarmos coisas inadequadas para o nosso próximo, tais como ofensas, injurias, maldições, agressões, xingamentos, etc, principalmente em momentos onde o “calor das emoções” está num nível elevado.



Pr 18:21 A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto (seja bom ou seja amargo e venenoso). 



 

Lembremos do poder que há em nossas palavras, para o bem ou para o mal, para edificar ou destruir! 

Tiago destaca como nós humanos colocamos cabresto nos equinos para que nos obedeçam e dessa forma podemos dirigir todo o seu corpo, para

virar a esquerda e a direita, para parar e deitar-se. Dessa forma Tiago faz uma analogia à nossa língua, como devemos tratar esse pequeno membro do nosso corpo.

 

Tg 3:6 A língua também é um fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno.

 

O que Tiago quer nos ensinar é que o homem natural não pode domar os danos maléficos causados pelo nosso falar, mas apenas Cristo morando em nós é quem pode controlar nossa maldade.

 

Tardio para se irarEsse “tardio” significa, muito, muito tardio. Ele nos leva praticamente ao infinito em termos de tempo, quase ao nunca se irar, principalmente quando levamos em conta essas Palavras de Jesus:

 

Mt 11:29 ... e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.

 

O sentimento de ira destrói a nossa alma e tem reflexos psicossomáticos para o nosso corpo físico, gerando comorbidades e doenças crônicas de difícil tratamento.

 

As doenças psicossomáticas são desordens emocionais ou psiquiátricas que afetam também o funcionamento dos órgãos do nosso corpo. Como exemplo podemos citar doenças gástricas, insônia, dores de cabeça, alterações cardíacas e até mesmo o câncer.

 

E Tiago termina esse trecho destacando em (Tg 1:20) - “Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus.”

 

O fruto dessa ira do homem não é santa, não produz frutos alinhados com as coisas justas, corretas, ensinadas por Jesus Cristo. Ela não é frutífera, pelo contrário.

 

Esses simples e importantes conselhos vistos até aqui se aplicam em vários âmbitos das nossas vidas, tais como familiar, trabalho, Igreja, vizinhança, entre outros.

 

Tiago continua a dirigir-se aos irmãos exortando-os a cumprirem e vivenciarem sem hipocrisia e religiosidade a Palavra que neles já havia sido enxertada, enfrentando as grandes provações pelas quais passavam, e assim pudessem salvar suas almas.


Queridos, se desejamos galgar a vida eterna junto aos santos, aqui está a receita:

(Tg 1:23) - "Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural;


24 - Porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era.

 

            Por isso devemos imediatamente colocar em prática todas as Palavras Santas que ouvimos porque isso faz com que elas sejam fixadas no nosso ser e não se percam, não sejam esquecidas.

 

            Ao olharmos no espelho deveremos procurar ver não o nosso rosto natural que é efêmero, mas sim o reflexo do nosso novo ser espiritual que transformou a nossa vida, e essa imagem é eterna, assim como é eterna a Palavra Santa sendo por nós praticada.    

 

            Após a celebração do culto deste final de ano, tivemos uma atividade recreativa, onde deveríamos olhar dentro de um chapéu e dizermos algo positivo da imagem da pessoa ali vista. Para a surpresa de todos, no fundo do chapéu havia um espelho e a imagem refletida foi o nosso próprio rosto.


O que vimos refletido de dentro do chapéu naquele dia?


            Seguindo com suas admoestações, Tiago trata do tema da acepção de pessoas, que cometem comportamentos diferentes para com os ricos, na Igreja ou fora dela, que recebiam mais atenção do que os menos favorecidos.

            Trata-se da preferência por pessoas, em razão de sua classe social favorecida, privilégios a serem obtidos, qualidades, cultura ou títulos.

            É natural, mas não é correto que tenhamos mais simpatia e afinidade por determinada pessoa em detrimento de outras por vários motivos:

Porque essa outra pessoa por exemplo, nos ama e demonstra seu amor, se preocupa com as nossas vidas, sempre tem uma postura positiva para nos acolher e bendizer, entre outros comportamentos cristãos frutíferos.

            Quando garoto, lembro-me bem do comportamento para comigo dos diversos tios que tínhamos. Tio “A” era completamente omisso e indiferente. O tio “B” eu tinha até medo dele, alto e forte, sempre zangado, nunca me dirigiu uma palavra. O tio “C” tinha tantas debilidades e doenças que ele mal podia dar atenção a si próprio, mas existia o tio “D” que era amado por todos. Era o que chamamos de uma pessoa “casa cheia”.

Quando o tio “D” nos visitava, todos sentavam ao seu redor para ouvir suas palavras e suas histórias. Ao sair, sempre tinha umas moedas para distribuir a cada um dos pequeninos.

O que vocês pensam sobre isso? Estava correto esse nosso comportamento em desonrar a uns e honrar ao tio “D”? 


            Vejamos o que diz as Escrituras:

Tg 2:8 - Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.

9 - Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redarguidos (recriminados) pela lei como transgressores.


10 Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.

 

                Podemos erroneamente reclamar dessa Palavra dizendo: Não é justo, esses outros tios tem tais e tais defeitos, não são agradáveis, não se esforçam para serem agradáveis a nós, ao contrário, alguns são brutos e pior ainda, ao saírem nem nos deixam umas moedas... $$$$

  

Tg 2:2 Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido traje,

3 E atentardes para o que traz o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado,

4 Porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?

 

            Essa Lei Real mencionada em (Tg 2:8) é a lei da semeadura, suas causas e efeitos. Plantamos o que colhemos. Diante de um quadro como esse, o correto teria sido procurarmos amar a cada um dos tios seja lá qual fosse seu jeito de ser, sem esperar nada em troca, porque agindo assim no mínimo receberemos misericórdia no dia do juízo.

Tg 2:13 Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo.

 

            Agindo com misericórdia, estaremos livres do Juízo de Deus, e é por isso que Tiago diz que a atitude misericordiosa elimina o juízo.

 

            Concluindo, podemos destacar a seguir alguns outros conselhos dados por Tiago, como:

 

a)    É importante distinguir entre a sabedoria humana, que é diabólica, versus a que vem dos céus, que é santa e pura:

 

Tg 3:17 Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. 

 

Pura – Santa, saudável, perfeita.

Pacífica – Não leva a disputas, brigas, ao contrário, leva à paz.

Moderada – Procura contemporizar com equilíbrio e igualdade.

Tratável – Permite que haja o diálogo, o bom trato dos temas.

Misericordiosa – Considera as limitações e fraquezas tratando-as com perdão.

Bons frutos – O resultado sempre visa o bem, o bom.

Imparcial – Procura atingir a decisão justa.

Sem hipocrisia – Sem fingimento de algo que não é.     

 

b)    Tiago relembra o que nos diz as Escrituras: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?  O que podemos responder?

Sim, nosso Deus, através do Espírito Santo que habita em nós, tem ciúmes dos nossos enganosos deleites, cobiças, da nossa amizade e dedicação ao mundo a tal ponto de sermos taxados como adúlteros.

 

Nos voltemos e sujeitemo-nos a Deus e resistamos ao diabo para que esse fuja de nós.

 

Ti 4:8 Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações.

 

c)    Devemos ter o cuidado para não adotarmos posturas de soberba e prepotência, ao contrário, devemos ser humildes e deixarmos que o Senhor nos exalte.

 

Não devemos ter a postura de presunção porque não temos o controle total do nosso futuro.

 

Ti 4:14 Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece.

15 Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo.

 

            Se o Senhor quiser queridos, nos veremos no próximo culto.

 

 



Que eu seja Sua mão estendida,    (C - Dó)

E ao oprimido alcançarei.

Que eu possa tocar a Cristo

Para que outros recebam unção.

 

Ultimas Postagens
Arquivo
bottom of page