Fonte: "Revista Brasileira de Administração" com adaptações de Vera Jones.

04/02/2016

Nos dias de hoje pensar em liderança como sinônimo de autoritarismo é estar fadado ao fracasso. Isso porque quando se fala em liderar equipes é ouvir o que os outros tem a dizer e, sobretudo, analisar e aplicar as propostas mais coerentes que são sugeridas. Podemos também considerar como sinônimo de “Liderar”, o “Influenciar”; porém sempre calcado no diálogo.

Será que existe uma receita para ser líder?

Talvez possamos responder que sim, porém há vários estilos de liderança, várias maneiras de liderar ou de ser liderado. Existe o estilo de liderança mais horizontal na qual a hierarquia não está em foco e não é somente ela que tem valor. Chamamos essa liderança de “Liderança Estratégica”. E porque estratégica? Porque nesse estilo de liderança se leva em conta todos os personagens de uma organização ou de uma equipe; desde aqueles que ocupam os cargos mais baixos como faxineiros, copeiros até os mais poderosos como gerentes e diretores. Ou seja, a liderança estratégica foca em um modelo onde as decisões são tomadas horizontalmente por todos os integrantes da equipe.

Existe outro estilo de liderança?

Outro estilo de liderança é a conhecida como “Modelo Pirâmide”, ou seja, um modelo vertical. O chefe pode ser líder ou não, mas continua sendo chefe. Sabemos que na prática nem todo líder é chefe, nem todo chefe é líder.

E hoje, como devem atuar as empresas?

Hoje estamos vivendo uma grande mudança no modelo de gestão. No passado a liderança era fundamentada na hierarquia; hoje as empresas estão adotando mais a liderança horizontal que tem trabalho compartilhado, sem níveis hierárquicos como foco principal. Com isso não significa que devemos abandonar o respeito uns pelos outros, mas respeitar alguma hierarquia que seja estabelecida nesse modelo horizontal para o melhor andamento dos trabalhos.

Será que o ser humano basta a si mesmo?

Sabemos que o ser humano não é completo em si mesmo e o respaldo bíblico que temos é a função do Corpo de Cristo como é descrita nas Escrituras, assim como os dons e ministérios. É necessário que haja uma interação, respeito mútuo e compartilhamento daquilo que Deus deu a cada um, a fim de que a Igreja de Cristo seja levada a um nível mais alto. Nas empresas o processo é o mesmo!

O ser humano nasce para se completar, porém quando você entra em uma empresa o mais natural é que você seja achatado pelo poder de alguém; mas quando há compartilhamento de ideias e dons o trabalho flui de uma outra maneira.

Conversar, necessariamente é convergir para um mesmo ponto?

Um outro ponto que devemos refletir é que, quando se pensa em conversar pensa-se, imediatamente, em convergir para um mesmo ponto. Porém isso nem sempre ocorre e nem sempre é maléfico. O importante é saber dialogar, a fim de que haja um entendimento mútuo entre todos da equipe. Essa é uma forma estratégica de aproveitar aquilo que cada membro tem a oferecer, de uma forma positiva para o desenvolvimento de um trabalho.

Ausência de hierarquia ou ausência de opressão?

Não estamos defendendo aqui a ausência da hierarquia, mas rejeitando a opressão de um chefe sobre os seus subalternos. A hierarquia é bíblica não só na igreja, mas no trabalho, nas famílias, no estado a fim de que a ordem seja mantida nos momentos de intransigência. Sabemos que desde a criação do mundo, quando somente existiam 3 pessoas, Deus, Adão e Eva, já tinha sido estabelecida uma hierarquia nessa mesma ordem dos personagens que colocamos acima.

Portanto, como cristãos, precisamos estar preparados não só para atuar na igreja de uma forma eficaz, mas, também, nas empresas, nas repartições públicas, nas escolas, adotando os princípios bíblicos de conduta, primeiramente em nossa vida, e se capacitando tecnicamente na área profissional que atuamos.

Teoricamente, as pessoas não precisam de um chefe a partir do momento que conseguem compartilhar aquilo que tem, mas precisarão sempre ser complementados naquilo que ainda não tem, através da pessoa que está a seu lado.